IMUNO-HISTOQUÍMICA
PROLIFERAÇÃO CELULAR (KI67)

Independente de suas causas primárias, as neoplasias apresentam distúrbios no controle do ciclo celular que levam ao aumento da proliferação e a consequente formação de massas tumorais. A detecção e quantificação das células em proliferação constituem parâmetros importantes no prognóstico de diferentes tumores, uma vez que a capacidade proliferativa tem sido considerada como um grande parâmetro de identificação de neoplasias e associada ao grau de malignidade em outras.

A distinção entre células quiescentes e células que estão no ciclo celular é de grande relevância, já que a taxa de aumento da população é primariamente dependente da fração de células que estão se dividindo. A contagem das figuras de mitose só é possível na fase do ciclo celular que corresponde à mitose propriamente dita, células em interfase não são consideradas neste tipo de análise, mesmo esta fase correspondendo ao período relativamente mais longo do ciclo celular.

A identificação de algumas proteínas que estão presentes somente em células em proliferação trouxe novas perspectivas nos estudos da proliferação celular, com o uso de métodos in situ, onde a grande vantagem é que a atividade proliferativa pode ser mensurada sem a perda da integridade tecidual, o que possibilita a análise histológica simultânea e a diferenciação entre as células tumorais e não tumorais. A avaliação da fração do crescimento tumoral utilizando o anticorpo Ki67 é altamente preditivo no comportamento de várias neoplasias. Este marcador é expresso durante todo ciclo celular (exceto no início da fase G1 e em G0), sua expressão aumenta na segunda metade da fase S, alcançando o nível máximo em G2 e M.

O material requerido é o tecido fixado em formalina 10%, de preferência tamponada, e incluído em parafina (bloco de parafina) com fragmento representando o tumor e cópia do relatório do patologista veterinário.

Prazo de Entrega do laudo 10 a 15 dias úteis

Obs: A adequada fixação do tumor é importante, pois o Ki67 pode não funcionar em reações na qual a amostra foi fixada em formalina tamponada 10% por tempo prolongado (acima de 72 horas).

As principais neoplasias de cães com comprovação da utilidade do Ki67 como fator prognóstico estão listadas abaixo com suas respectivas referências.

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Imagem do exame
Canino, Melanocitoma. Ki67, cromógeno AEC
Imagem do exame
Canino, lesão melanocítica oral. Ki67, cromógeno AEC
Imagem do exame
Canino, mastocitoma cutâneo de alto grau. Ki67
Imagem do exame
Felino, Linfoma T intestinal. Ki67
Imagem do exame
Canino, fêmea. Tumor de mama, Ki67
Imagem do exame
Felino, fêmea, 4 anos. Baço, Hiperplasia Linfoide Folicular Benigna Atípica, Ki67
Imagem do exame
Canino, 8 meses. Linfonodo, Hiperplasia Linfoide Folicular Reativa, Ki67
Imagem do exame
Canino. Linfoma B difuso de grandes células, Ki67
Imagem do exame
Boxer, terceira pálpebra, Hemagiossarcoma Ki67
Imagem do exame
Canino, gengiva, Hemangiossarcoma, Ki67
Imagem do exame
Canino, pele, Hemangiossarcoma, Ki67